Central de Mandados vence prêmio nacional

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Como todo grande feito, foi a partir de uma ideia simples que a Central de Mandados de Porto Alegre conseguiu uma conquista inédita: reduzir em 50% a demanda na Capital. A marca é resultado de um projeto pioneiro desenvolvido pelo juiz Volcir Antônio Casal com apoio do chefe de Central, Jurandir Simões Pires de Barros, e da subchefe, Luciana Azambuja, em um momento em que o número de mandados, que vinha em média de 25  mil/mês, bateu nos 45 mil/mês. A ação consistiu em substituir parte deles por ARs Digitais.

Barros conta que a ideia surgiu do juiz titular e foi implementada pela equipe e, em seguida, apresentada aos cartórios. “As ARs estavam disponíveis, mas ninguém usava. O que fizemos foi mostrar que é possível”, pontua. Com pouco mais de um ano de projeto, a Central constatou uma economia de R$ 13,7 milhões ao Judiciário gaúcho, levando em conta a substituição do cumprimento de 11.197 mandados/mês (R$ 15,20 milhões) por ARs (R $ 1,43 milhões). O cálculo leva em conta o valor estimado com o gasto com um funcionário por 35 anos na ativa mais 10 anos. Mas a servidora acredita que os benefícios vão além. Fora o custo com pessoal, ainda há um extraordinário ganho ambiental com a redução do uso de papel e impressões que somam seis páginas por mandado, sem contar os deslocamentos.

A inovação proposta pelos servidores foi apresentada no final de 2013 na 12ª Mostra Nacional de Trabalhos da Qualidade do Poder Judiciário, em Manaus, no Amazonas. Apesar da disputa com outros projetos de Gestão Estratégica de peso, a ação gaúcha foi premiada com o primeiro lugar. Mais do que isso, vem virando referência para comarcas em todo o país. “Vários Tribunais me pediram cópia do projeto. E isso vale mais do que qualquer troféu porque temos uma ação que pode ser implementada em todo o país e trará uma economia fantástica”, pontua a servidora que sonha com o dia em que o modelo será replicado em toda a Justiça gaúcha. Enquanto isso não ocorre, eles seguem dando informações para quem procurar. “É só nos ligar por telefone, mandar um e-mail que damos suporte remoto”, garante o chefe da Central.  

A substituição do mandado pela AR Digital é feita apenas naqueles casos mais simples e foi muito bem vista pelos oficias de justiça que, com a redução de demanda, conseguem operar em melhores condições. Isso porque a maioria dos servidores atua com sobrecarga de trabalho, bem acima da meta estipulada pela Corregedoria. “Estamos tomando providencias para que os oficiais possam trabalhar com o menor desgaste possível”, diz o oficial que viu a Central ser criada nos anos 80. Atualmente, a média de mandados por oficial de Justiça em Porto Alegre está em 100 unidades/mês. Em abril, conta ele, uma das novidades foi a unificação da atuação dos oficiais das cíveis e criminais na comarca.