Centrais unidas na Greve Geral

  • Imprimir

Diversas centrais sindicais reuniram-se na sede da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do RS (FECOSUL), na manhã desta quarta-feira (12/6), para organizar os detalhes finais e para divulgar, durante coletiva de imprensa, a Greve Geral agendada para o dia 14 de junho. A Greve, que inicia a partir da meia-noite do dia 14, tem o objetivo de mostrar a inconformidade dos trabalhadores em relação à proposta do governo para a Reforma da Previdência.

Estão previstos atos na Esquina Democrática, em Porto Alegre, a partir das 17 horas, e na frente dos prédios da UFRGS, também na capital. No Rio Grande do Sul, várias cidades terão movimentos de apoio à Greve, inclusive nas áreas rurais, com o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (FETAG) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RS (FETRAF).

O presidente da Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ) e diretor nacional da Pública Central do Servidor, Paulo Olympio, disse que “não está sendo explicada a outra ponta que vai surgir em cima da transferência do sistema de Previdência Social solidária, como temos, para a capitalização”, reforçando a importância de informar a população sobre a Reforma. Ele também explicou a capitalização e afirmou que “o novo trabalhador vai passar para o fundo de capitalização e ninguém contribuirá para o sistema antigo". Segundo ele, o modelo proposto vai abrir uma fresta muito grande que, em alguns países, chegou a representar  1.2 PIBs nacionais. "Esse rombo deve retornar para a sociedade", completou.

“Enchemos o saco dessa história que tirar os direitos vai resolver”, afirmou o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo, durante a coletiva. Ele pontuou que os defensores da reforma trabalhista também alegavam que iria melhorar o cenário econômico após a reforma, fato que, segundo ele, não ocorreu.

A Greve será um movimento conjunto das centrais sindicais e dos movimentos sociais e estudantis. Contará com o apoio dos metroviários, além de possível adesão do setor rodoviário. Nas últimas semanas, em torno de 150 assembleias foram realizadas nas maiores fábricas instaladas no Estado, dos setores calçadista e das indústrias química, metalúrgica e de alimentação, além de discussões na rede da educação, tanto pública quanto privada.

A representante da CSP Conlutas, Rosane Oliveira, alegou que a Greve é fruto da “decisão de derrotar a política do governo de atacar os direitos”. Os representantes das centrais aconselham a população a ficar em casa na sexta-feira (14/6), uma vez que parte do transporte público não funcionará, e afirmam que as centrais estão unificadas em nível nacional contra a Reforma.

 

Crédito: Audrey Erichsen