Sem medo de viver

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Ele é um exemplo de amor ao Judiciário e de que a melhor forma de se construir uma carreira é trabalhar com bases sólidas e respeito aos colegas. O escrivão aposentado Eleu Tadeu dos Santos tem orgulho de contar que começou como auxiliar judiciário em Santa Maria com apenas 20 anos. Inquieto e com a certeza de que ainda havia um caminho a trilhar, voltou aos livros e, em 1980, foi aprovado em concurso para escrivão. Dez anos depois, prestou novo concurso para assumir um cartório em Porto Alegre, onde ficou até se aposentar em 2011. Ao olhar para trás, Eleu fala com paixão dos 37 anos de trabalho. Na Capital, foi escrivão no Foro Regional da Tristeza, migrando depois para o Foro Central. No caminho, ainda acumulou uma passagem pela Corregedoria de Justiça, pela qual percorreu todo o Rio Grande do Sul no cargo de auxiliar de correição. 

Eleu relata que sempre esteve ligado à família em casa e à família judiciária, no que classifica como uma integração total. No terceiro casamento, se diz feliz com os filhos que a vida lhe deu: um casal de gêmeos que estão hoje com 31 anos e dois enteados. “Também tenho um neto, que está com 12 anos e um outro emprestado de três” conta entusiasmado o aposentado, que frequenta mensalmente o encontro organizado pela colega Danila Berlitz na Churrascaria Galpão Crioulo.

Sobre a aposentadoria, admite que sempre sonhou com ela. “Queria sair do Judiciário sem estar no caixão e sem estar com a bengala.” O sonho virou realidade e Eleu se abriu para novos desafios. "Tanto consegui que hoje eu sou estudante universitário novamente, depois de 34 anos de formado", comemora o advogado. Ligado ao Sicredi, ele frequenta o curso de Cooperativismo na Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo. "Eu acho que a motivação tem que estar sempre dentro da gente, não pode nunca dizer: chegou ao fim. E eu brinco sempre que eu vou viver aqui na terra até 120 anos".