Guardiã do passado e do futuro

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O Poder Judiciário está repleto de servidoras que, com maestria, fazem a rotina de trabalho fluir melhor. Elas abraçam árduos desafios, dão muito de si, abrem mão de tempo com a família para que as tarefas sejam cumpridas com esmero e deixam sua marca nos resultados da Justiça Gaúcha. No Dia Internacional da Mulher, a ASJ publica entrevista com a servidora Mary Biancamano, exemplo de quem dedicou a vida ao Judiciário e hoje cuida com zelo da memória e do futuro do nosso povo. 

 

Com 32 anos de carreira no Judiciário, Mary Biancamano conta com orgulho do início na Taquigrafia em 1983. Após passagem pela Corregedoria, quando atuou junto ao programa de Qualidade, foi desafiada a assumir o projeto ainda embrionário do que hoje é o Memorial do Judiciário do RS. Feliz com sua carreira, nem pensa em se aposentar e garante que ainda se diverte muito com o que faz. Apesar de seu nome ser praticamente uma extensão do Memorial, essa mulher simples, de voz firme e currículo invejável confidencia que não gosta de personalizar nada. “As pessoas fazem a instituição, mas elas não são maiores que a instituição”, salienta, lembrando que, sim, as pessoas são importantes, mas por serem pessoas, independentemente do cargo que ocupam ou dos títulos que carregam.

 

Bacharel em Letras, tradutora, especialista em História da Arte, mestre em Administração Pública e doutoranda em Informática na Educação, Mary está no Memorial desde 2000, apenas dois anos depois que o centro foi criado em 1998. A “mãe” dos arquivos do Judiciário conta que foi naquele momento que se sentiu a necessidade de reunir, de procurar e refazer toda essa história. “De lá pra cá, se produziu muita informação, muita análise, muito contexto”, completa. 

 

Mas Mary não esconde a satisfação ao falar do futuro. Há dez anos à frente do projeto Formando Gerações, que também integra as ações do Memorial, ela realiza trabalho com escolas da Região Metropolitana de Porto Alegre. “O investimento nas crianças ainda é o que vale, porque durante as práticas elas compreendem o potencial que têm e o seu papel na sociedade. Elas se veem no mundo”.

 

O projeto trabalha a realidade das crianças com o Judiciário como o pano de fundo. A dinâmica proposta é apresentar aos alunos um conflito do dia a dia e fazer com que eles se coloquem nos papéis normalmente assumidos pelos adultos: o réu, o juiz, a testemunha ou o juri. “As crianças praticam, questionam e resolvem coisas. Com isso, inserem-se no mundo, têm consciência que podem ajudar e, mais do que isso, sabem que são responsáveis por escolher a cadeira que irão sentar no futuro”, diz a servidora.