TJ criará comissão e quer pressa no Plano de Carreira

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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) irá criar uma nova comissão para debater e tratar da elaboração de um Plano de Carreira para os servidores do Poder Judiciário. O grupo será coordenado pelo desembargador Eduardo Uhlein. O anúncio foi feito pelo presidente Voltaire Moraes durante solenidade de posse realizada nesta segunda-feira (3/2) em uma tarde de plenário lotado de autoridades, lideranças, servidores e com a presença dos ex-governadores Jair Soares, Alceu Collares, Olívio Dutra, Germano Rigotto, José Ivo Sartori, além do atual governador Eduardo Leite e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo.  A agenda foi acompanhada pelo presidente da ASJ, Paulo Olympio, e pelo tesoureiro-geral, Paulo Chiamenti.

Respondendo a questionamento feito pelo Jornal da ASJ em coletiva de imprensa, o presidente do TJ informou que a nova Comissão do Plano de Carreira será integrada por colegas que estavam ao seu lado quando capitaneou esse debate há cerca de dez anos. A ideia é que as diretrizes básicas do plano sejam definidas rapidamente e que o tema reajuste também seja tratado de forma conjunta. “Vou pedir pressa. Todas as revindicações deverão ser feitas a essa comissão”, adiantou o desembargador, garantindo que os servidores terão acesso permanente ao grupo. E completou dizendo que sua preocupação é que o trabalho seja feito “da forma mais rápida possível e levando em consideração as necessidades básicas e o orçamento do Poder Judiciário”. O desembargador ainda referiu-se à falta de servidores em diferentes comarcas gaúchas como um problema a ser enfrentado e sinalizou que administrará com “racionalização e humanismo”, ao citar que reformas que permitam aperfeiçoar a gestão jurisdicional são necessárias, mas que isso deve ser feito com respeito ao outro. 

 

 

Em um discurso que lembrou sua infância ao lado da família em Cachoeira do Sul (RS) onde ouvia o pai e familiares conversando harmonicamente mesmo com pontos de vista diferentes, Voltaire Moraes defendeu o diálogo com os demais poderes. Contudo, foi firme ao garantir que trabalhará por instituições fortes, pela autonomia dos poderes e que interferências “serão repelidas de pronto e de forma enérgica”. Para ajudar nessa tarefa, escolheu como presidente da Comissão de Relações Institucionais do TJRS, o desembargador Francisco José Moesch. Segundo Moraes a falta de autonomia ameaça o próprio jurisdicionado, prejudicando o clamor de todos que é “pela verdadeira justiça”. “É hora de acreditar que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm a capacidade de diálogo” e seguiu: “É preciso acreditar no amor, não deixar se levar pela intolerância”.

 

O novo desembargador fez uma fala veemente assumindo o compromisso de “manter a bandeira do regime democrático tremulando”. “Só a democraria pode gerar nações desenvolvidas, reconhecidas e prestigiosas, onde se pode dizer que o avanço civilizatório se fez com dignidade e grandeza” Ainda defendeu a liberdade de imprensa e ressaltou a importância do trabalho da comunicação ao levar informação à sociedade. 

 

 

 

Advogado e professor universitário, Voltaire Moraes chegou ao Tribunal de Justiça por meio do Ministério Público. Em sua lista de diretrizes, ainda estão a defesa pela auditagem do Tribunal de Contas, o diálogo com colegas servidores e instituições e a repulsa a qualquer tipo de preconceito. Defendeu a construção de edificações do TJRS com atenção à preservação ambiental e respeito aos direitos humanos.

Durante a solenidade, também foram empossados a 1ª vice-presidente, desembargadora Liselena Schifino Robles Ribeiro, o 2º vice-presidente, desembargador Ícaro Carvalho de Bem Osório, o 3º vice-presidente, desembargador Ney Wiedemann Neto e a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak.

 

 

 

Discurso de Despedida

 

Em seu discurso de despedida, o desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro lembrou das conquistas de sua gestão, que mantiveram o TJRS este os mais produtivos do Brasil. Listou conquistas no uso de inteligência artificial, implantação de sistemas eletrônicos e concluiu frisando que acredita ter obtido êxito. “Deixo um Poder Judiciário mais eficiente, ajustado aos novos tempos e com situação financeira favorável, melhor do que a que recebi”.