Instituições gaúchas são uníssonas na defesa da democracia e no repúdio aos atos antidemocráticos de vandalismo

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Reunidos em um ato público na tarde desta segunda-feira (16/01) representantes de diversas instituições gaúchas foram uníssonos na defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito. “Oito de janeiro nunca mais! Este dia ficará marcado como o dia do desrespeito à democracia e às leis. Nossa reação não pode ser outra senão a de repudiar esses atos não republicanos e antidemocráticos praticados em Brasília naquele dia. Democracia Sempre!”, destacou Paulo Olympio, presidente da Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ), ao participar da iniciativa em Porto Alegre.

O desembargador Cláudio Martinewski, presidente da Associação dos Juízes do RS (Ajuris), entidade propositora da manifestação contra as ações antidemocráticas de vandalismo registradas há uma semana em Brasília, apontou que este momento da história nacional precisa ser passado a limpo e analisado não apenas sob o prisma do direito constitucional e penal. “Ele exige uma produção racional que adentre no seu âmago, nas profundezas da sua gênese, sob o ponto de vista da filosofia política, sociologia, psicologia moral, social e individual, para que atos como estes, sejam tratados nas famílias, nas escolas e nas universidades, nas empresas, nas repartições públicas e sirvam de aprendizado para as novas gerações para que nunca mais aconteçam”. 

Na atividade, realizada no início da tarde no átrio do Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, a presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, saudou o fato de o movimento estar centrado na defesa da democracia. “Esta é a bandeira de todos nós. É uma conquista que a humanidade precisa estar constantemente renovando e cuidando. Os lamentáveis fatos ocorridos, com a depredação das sedes dos nossos três poderes constituídos, foram praticados por pessoas que não reconheceram o resultado da escolha dos nossos representantes pelo voto da maioria dos eleitores brasileiros, agindo ao arrepio da lei naquele que foi o maior ataque à democracia recente do Brasil. Viver em um regime democrático exige saber conviver com a divergência, porquanto a imposição da vontade da minoria com emprego da violência e por meios ilegais é próprio a regimes autoritários que, a ninguém interessa e que todos nós, de forma veemente, repudiamos”. 


Foto: Gisele Ortolan