Reportagem do Jornal Correio do Povo - Saúde do servidor preocupa Judiciário

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Paulo Olympio alerta para o problema 
Crédito: CAROLINA NETTO / ASJ / CP



No ano passado, as mortes de duas servidoras do Judiciário estadual, no interior do Rio Grande do Sul, causaram consternação na categoria. Uma delas, em abril, sofreu um mal súbito a poucos metros do cartório onde trabalhava, em Canguçu. Nem um mês depois, uma oficial escrevente da Comarca de Rio Grande sofreu uma parada cardíaca enquanto atendia o público. A saúde do servidor do Judiciário, que já vinha sendo pautada, acendeu a luz vermelha no Tribunal de Justiça gaúcho. 

Não é apenas o número de processos no Judiciário estadual que assusta, mas também o de afastamentos de servidores e de magistrados por motivos de saúde. Só no ano passado foram mais de 34 mil. Mas esse número já foi maior: em 2009, houve 51,4 mil afastados entre funcionários e membros da magistratura. O raio X na saúde do Judiciário ainda está sendo desenhado, a partir das medidas que passaram a ser implantadas, mas indica que as doenças como depressão e estresse lideram as causas dos afastamentos. A partir de 2010, o então presidente do Tribunal de Justiça do RS, Leo Lima, quis trabalhar as medidas voltadas para a saúde dos servidores e magistrados. Visando resolver conflitos internos e dar apoio psicológico ao quadro de pessoal, foi instalado o Centro de Apoio Psicossocial no Tribunal. "Isso é uma coisa nova que está funcionando muito bem", diz o diretor do Departamento Médico do TJ/RS, José Alencar Franco. 

Para este ano, a ideia é ampliar os serviços e agregar o atendimento de assistência social ao centro. "Esse profissional deverá atuar junto ao servidor e ao magistrado que estiverem afastados por um período maior, auxiliando no seu retorno ao ambiente de trabalho", explica o médico. 

O Tribunal passou a oferecer também exames clínicos aos servidores. E um convênio com a PUCRS investigou a qualidade de vida da categoria em relação ao trabalho. "Verificamos uma maior incidência de doenças de cunho psicológico e psiquiátrico, como estresse e depressão", frisa Alencar. O presidente da ASJ, Paulo Olympio, diz que aguarda uma reunião com a nova administração do TJ/RS, e a saúde do servidor estará na pauta.


Segue link da reportagem do Jornal Correio do Povo (ANO 117 Nº 149 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 26 DE FEVEREIRO DE 2012):


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