Servidores públicos admitidos antes de 1988 terão direito à restituição do Pasep

Os servidores públicos federais, estaduais e municipais admitidos antes de 1988 poderão pedir restituição de valores não recebidos do Pasep. Em decisão recente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu a tese reconhecendo o direito dos trabalhadores e desbloqueou ações que estavam suspensas desde 2021.

A decisão reconheceu que houve falhas na prestação de serviço por parte do Banco do Brasil, responsável pelo administração do Pasep, tornando o banco parte legítima no processo por não repassar os valores corretos aos servidores, nas contas vinculadas ao Pasep. Assim, os trabalhadores podem ingressar com medida judicial solicitando o ressarcimento dos danos materiais e morais.

“Por envolverem valores que remontam 30 anos ou mais, não se tratam de cálculos simples. No entanto, além de um robusto direito, percebe-se a ocorrência de irregularidade praticamente generalizada, já que poucos servidores que ingressaram no serviço público antes de 1988 escaparam de terem seus benefícios diminuídos”, revela o advogado Jorge Santiago, do escritório pernambucano Montezuma & Santiago, criador da tese que culminou na decisão do STJ.

Ele diz que, para saber se tem direito à restituição, o servidor precisa dirigir-se a uma agência do Banco do Brasil e solicitar os extratos completos de sua conta do Pasep.

"Com os extratos em mãos, é preciso procurar um advogado especialista em Pasep e que possua uma equipe de peritos contábeis para realizar os cálculos. É fundamental procurar escritórios e profissionais capacitados e informações confiáveis. Em um momento como esse há muita desinformação e até mesmo margem para golpes”, alerta Jorge Santiago.

Histórico dos repasses do Pasep
Em 2012, o escritório Montezuma & Santiago deu entrada nos primeiros processos requerendo a restituição de valores não repassados do Pasep. Os casos foram suspensos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2021, e agora em 13 de setembro de 2023 foram retomados e reconhecido o direto dos servidores.

Os advogados Jorge Santiago e Maria Eduarda Montezuma, sócios do escritório de advocacia que convenceu o STJ que o Banco do Brasil era parte legítima para responder por eventuais falhas nos valores pagos referente ao Pasep, explicaram ao Blog de Jamildo, nesta sexta-feira, o sucesso da empreitada, que beneficia servidores públicos em todo Brasil.

"Tudo começou quando atendemos um médico que desconfiou estar com os rendimentos zerados. Nós solicitamos extratos ao Banco do Brasil, verificamos as falhas na gestão dos recursos pelo BB, a partir de perícia contábil, e ingressamos na Justiça, com uma tese inovadora, aceita pelo STJ", explicou Eduarda Montezuma. O feito ocorreu há menos de 20 dias, no dia 13 de setembro.

"A ideia era simples, derrubando o entendimento de prescrição. Só depois de pedir os extratos e conferir, constatar o dano é que se poderia falar em prazo de dez anos para reclamação. Diferentemente do que ocorre, com o FGTS, onde a Caixa envia extratos, no Pasep os servidores não recebem esta comunicação", afirma Jorge Santiago.

Quem tem direito?
A reclamação dos direitos pode ser feita por qualquer servidor, seja municipal, estadual ou federal. "O único requisito é que ele tenha ingressado no serviço público antes de 1988 (quando o Pasep foi extinto", explicam. "Não tem a ver com o salário que o servidor recebia, mas com o tempo que ele esteve no serviço público. Assim, as maiores correções podem beneficiar as pessoas que entraram 1972, 1974", detalham.

Final de copa do mundo
A vitória foi obtida em setembro do ano passado, com festa. "Acompanhamos o julgamento pela TV, no escritório. Parecia uma final de copa do mundo. Abrimos uma champanhe para comemorar. Não é todo dia que um escritório de advocacia emplaca uma tese original, com repercussão e validade para todo Brasil, por unanimidade, contra o poderoso Banco do Brasil"

Entre os clientes da banca, está a representação exclusiva do Sindireceita, nacional. Já vão quatro mil processos, em todo o Brasil. "No começo, foi difícil, muitas pessoas não acreditavam, até que veio a primeira vitória no Tribunal de Justiça de Pernambuco. Hoje somos copiados".

Fonte: Blog de Jamildo
Por Jamildo Melo e equipe
Foto: O advogado pernambucano Jorge Santiago foi responsável por dar entrada nos primeiros processos requerendo a restituição de valores não repassados do Pasep - Divulgação

Presidente do Congepe participa de reunião com entidades de servidores sobre o Plano de Carreira

O 2º vice-presidente do TJRS e presidente dos Conselhos de Comunicação Social e de Gestão de Pessoas (Congepe), desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira, esteve reunido na tarde desta quinta-feira (28/9) com dirigentes de entidades de classe ligadas aos servidores do Poder Judiciário. Segundo o magistrado, o principal objetivo do encontro foi tratar da revisão do Plano de Carreira dos Servidores, cujo conteúdo já foi aprovado pelo Legislativo no final de 2021.  

Durante o encontro, ficou definido que as entidades terão um prazo de 30 dias para a apresentação de sugestões a respeito da reforma e aperfeiçoamento do Plano de Carreira. Os dirigentes das entidades gostaram da iniciativa tomada pelo Vice-Presidente do TJ,  enfatizando a importância do diálogo permanente com a Administração.  

 

A Diretora da Digep, Andréa Schramm Moraes, também participou do encontro, juntamente com representantes da ASJ/RS, Abojeris, Arsejur, Cejus, Sindjus, Acedijus, Atecjud, Fenajud e Apolijud. O encontro foi realizado na sala das Vice-Presidências do Tribunal de Justiça.

 

Foto: Leonardo Radde/DICOM-TJRS
Texto: Renato de Oliveira Sagrera/TJRS

 

Mosap e Pública atuam contra contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas

O presidente da Pública, José Gozze, e Vilson Antonio Romero, dirigente no DF, participaram da reunião híbrida do Movimento dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (Instituto Mosap), nesta semana, em Brasília, para analisar as pautas de interesse da categoria e preparar as próximas ações da entidade.

A extinção da cobrança da contribuição previdenciária dos servidores aposentados e pensionistas, prevista na PEC 555/2006, mais uma vez, foi o destaque dos debates. Os dirigentes avaliaram como urgente a necessidade do fim da cobrança e consideram, inclusive, a apresentação de uma PEC alternativa, que seria apensada à proposta original.

“Temos uma preocupação muito grande que é o avanço da PEC 555, que alcança, atualmente, cerca de 5 a 6 milhões de servidores. Estamos trabalhando com o cenário de redução gradual das contribuições previdenciárias, a partir dos 65 anos, e com o impacto orçamentário da proposta para os estados e municípios”, ressaltou Romero.

Segundo o presidente, a ideia é que se reduza 10% do valor da contribuição por ano, até que seja totalmente extinta. O estudo que mostra o impacto do fim da cobrança no orçamento público, produzido pelo consultor legislativo Luiz Alberto dos Santos, será encaminhado aos parlamentares e divulgado no Encontro Nacional do Mosap, que será realizado no dia 25 de outubro, na Câmara dos Deputados.

Também foi discutida entre os dirigentes associativos e sindicais a intensificação dos trabalhos para o resgate dos diretos dos aposentados e pensionistas e a produção de cartilha sobre a PEC 555. “Trabalharmos para derrubar essa contribuição. Esperamos que todas as entidades também se engajem atuando nos estados, fazendo contato com os parlamentares em sua base”, destacou Edison Haubert, presidente do Mosap.

Texto e Imagem: Comunicação/Cal/Pública/2023

Aprovada proposta de transformação de cargos vagos de Técnicos em Analistas do Poder Judiciário

 

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do RS (TJ/RS), durante a Sessão Administrativa ocorrida nesta segunda-feira (25/09),  aprovou, por unanimidade, a proposta de encaminhamento ao Legislativo, em caráter de urgência, de Projeto de Lei que transforma cerca de 350 cargos de Técnico do Poder Judiciário e o equivalente a 26 funções do Quadro de Emprego Público (CLT) em aproximadamente 210 cargos de Analista do Poder Judiciário, sem aumento de despesa com pessoal. O relator da matéria foi o 2º vice-presidente e presidente dos Conselhos de Comunicação Social e de Gestão de Pessoas (Congepe), desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira. Em seu voto, o magistrado destacou estudos realizados por grupo permanente de trabalho, por intermédio da Administração, em torno de soluções para atender à crescente demanda em gabinetes de magistrados, decorrente da transformação da Justiça 4.0 e dos avanços da era digital no Judiciário gaúcho, com a implantação em definitivo do processo 100% eletrônico. Independentemente de outros estudos em andamento, a proposta aprovada visa atender a essa necessidade em curto prazo de tempo.

De acordo com o Conselho de Gestão de Pessoas - Congepe, a transformação de cargos vagos de Técnico Judiciário em Analista do Poder Judiciário é a iniciativa mais coerente com a realidade decorrente da mudança estrutural estabelecida pelo processo eletrônico. O desembargador Vinicius enfatizou que “o quadro atual, considerando a necessidade de pessoal especializado, notadamente na área judiciária, demonstra que o quantitativo de vagas disponíveis atualmente para o cargo de Analista do Poder Judiciário mostra-se insuficiente para fazer frente a esta nova configuração de demanda, situação que tende a se tornar a nova rotina de fluxo na prestação jurisdicional”. E, nesse contexto, destacou que o cargo de Analista do Poder Judiciário é o que melhor se adapta a essa finalidade imposta pelo avanço da era digital, em razão da exigência de escolaridade de nível superior para ingresso na carreira.

Conforme o voto do relator, os estudos em andamento buscam atender à expectativa de disponibilizar, a médio prazo, grande parte dos gabinetes de magistrados, de 1º e 2º graus, com ao menos mais um cargo para exercer as atribuições de assessoramento. Inicialmente, a medida visa contemplar os gabinetes de desembargador com mais um assessor, possivelmente provido por um cargo de Analista do Poder Judiciário, ou por outro de igual nível de exigência de graduação, ocupando uma Função Gratificada de Assessor-Coordenador, cuja criação vem prevista no Projeto de Lei nº 312/2023, que trata do realinhamento e adequação da estrutura de vencimentos dos servidores do Poder Judiciário, e já está tramitando na Assembleia Legislativa. Na sequência, os novos cargos ficarão à disposição de gabinetes de 1º grau e também das áreas de competência especializada, de apoio à jurisdição. “Importante destacar que não se trata de desconsiderar a necessidade e importância dos Técnicos do Poder Judiciário ou de qualquer outra categoria, mas sim a proposta de uma melhor forma de fazer frente à demanda surgida em função  da transformação digital em relação à força de trabalho disponível”, mencionou o desembargador Vinicius.

O magistrado informou a existência de uma situação atípica que demonstra desinteresse dos candidatos que fizeram o Concurso Público para Técnico do Poder Judiciário, homologado em maio de 2018 e prorrogado até fevereiro de 2024, devido à pandemia. Em decorrência do expressivo lapso temporal entre a realização do concurso e a convocação dos candidatos, muitos já realizaram outros concursos ou obtiveram colocação profissional e não têm mais interesse na vaga ofertada no Poder Judiciário. Hoje não temos mais candidatos aprovados suficientes no concurso para Técnico, mas temos vagas sobrando. Já para o cargo de Analista do Poder Judiciário há candidatos aprovados, porém não há mais vagas disponíveis, criando uma situação paradoxal.

A proposta contempla ainda a possibilidade prevista no art. 56 da Lei nº 15.737/2021, que dispõe sobre o Plano de Carreira dos Servidores do Poder Judiciário, de transformar, por decisão administrativa, os cargos vagos, extintos em do Plano de Carreira, em cargos de Técnico. Com isso, somando-se os cargos originalmente vagos de Técnico e mais os que forem transformados administrativamente, mantendo-se um quantitativo estratégico de cargos de técnicos para serem nomeados quando houver necessidade, chega-se a um total de aproximadamente 350 cargos possíveis de transformação.

O voto do relator salienta que, de acordo com a avaliação técnica apresentada pela Direção de Gestão de Pessoas (DIGEP), para criar 100 vagas de Analista será necessário extinguir 174 vagas de Técnico, numa relação de 1 Analista para 1,74 Técnicos. Portanto, adotada essa relação de proporcionalidade, é possível transformar cada 174 cargos vagos de Técnicos em 100 Analistas. Com tal proporção, e considerando a existência de aproximadamente 350 cargos vagos de Técnico do Poder Judiciário, podem ser criadas mais de 200 novas vagas de Analista do Poder Judiciário, sem nenhum custo adicional com despesa de pessoal.

Ele acrescentou, ainda, que atualmente existem 26 funções do Quadro de Emprego Público que também estão vagos, no caso, Auxiliar Artífice Referência Salarial C, Oficial Artífice Referência Salarial F, Operador de Microinformática Referência Salarial F e Serviçal Referência Salarial B, os quais nunca mais serão providos em razão de serem regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O montante de valores relativo a estas funções possibilita a criação de mais 10 cargos de Analistas.

Com isso, no somatório de ações (atuais vagos disponíveis, cargos transformados administrativamente e o aproveitamento dos Empregos Públicos vagos), é possível a criação de um total de 210 novos cargos de Analistas. “Reiteramos que não se está propondo a extinção de nenhum cargo, muito menos torná-lo obsoleto. O que precisamos é dar instrumentos para que as Administrações do Judiciário possam ter, ao longo do tempo, alternativas de gestão de seus quadros funcionais, de acordo com a conveniência e a necessidade que se apresenta, sem prejudicar os ocupantes dos cargos existentes e sem aumentar despesas com pessoal. Esse é o grande mérito desta proposta, possibilitando o enfrentamento racional da demanda, com quadros mais adequados, fazendo isso sem nenhum aumento de despesas com pessoal”, concluiu o desembargador Vinicius.

 

Foto: Eduardo Nichele

Texto: Renato de Oliveira Sagrera - Diretoria de Comunicação Social TJ/RS 

 

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