Combate ao Coronavírus: Repasse do Judiciário possibilitará à UFRGS a confecção de 192 mil protetores faciais

O Poder Judiciário gaúcho se uniu à Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a produção de protetores faciais (do tipo "faceshield", escudo facial) que serão doados a hospitais para atendimento em casos relacionados ao Coronavírus. A destinação de R$ 127 mil à Fundação de Apoio da Escola de Engenharia da UFRGS completa o montante necessário para a confecção de 192 mil equipamentos de proteção individuais (EPIs). O valor é proveniente das penas pecuniárias, repassadas por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF)  da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ). Segundo o  Juiz-Corregedor Alexandre de Souza Costa Pacheco, Coordenador do GMF, o Judiciário vem priorizando direcionar recursos para o enfrentamento da pandemia, visando ao atendimento da saúde da população. Destaca a importância das penas alternativas aplicadas a crimes de menor gravidade, não só para prevenir a reiteração criminosa, mas também como forma de retribuição à sociedade.

Os protetores faciais servem para evitar a projeção de gotículas de saliva, sangue ou secreção nos profissionais de saúde, enquanto prestam atendimento aos pacientes com suspeita de Coronavírus. A Vice-Diretora da Escola de Engenharia da UFRGS, Carla Schwengber ten Caten, explica que " se trata de um EPI  que, até então, não era utilizado nos hospitais e que, agora, vem sendo usado especialmente nas UTIs. Mas outros setores também já estão utilizando-os como proteção mecânica". As Varas de Execuções Criminais (VECs) de todo o Estado já destinaram mais de R$ 11,3 milhões, por meio das penas pecuniárias (veja a tabela). Além disso, a CGJ repassou R$ 600 mil à SUSEPE e tem reservado R$ 700 mil ao Poder Executivo.

Protetores faciais

Os primeiros protótipos foram desenvolvidos por voluntários da Escola de Engenharia e da Faculdade de Arquitetura da universidade, através de impressoras 3D, o que possibilitou a confecção de 600 protetores faciais, já doados a hospitais da Capital. Depois, a iniciativa privada se juntou ao projeto, cuja tecnologia permitiu ampliar a produção em grande escala. Na semana passada, foram destinados 1,1 mil EPIs para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e 2 mil para o Grupo Hospitalar Conceição. Nos próximos dias, serão entregues mais 10 mil unidades à Defesa Civil, para que seja efetuada a distribuição. Os protetores faciais são constituídos de três partes: testeira (produzida por empresas parceiras do projeto), viseira (confeccionada por um fornecedor) e presilha de borracha (cuja matéria-prima vem de São Paulo). A montagem é realizada pelas Forças Armadas. Essa descentralização é um dos desafios do projeto, conforme ressalta Carla: "Contamos com uma linha de produção descentralizada e a colaboração aberta de pessoas e empresas que, até então, não se conheciam e estão fazendo tudo de forma digital. É uma novidade, mas tem funcionado. Com a doação do Poder Judiciário, estamos mais confiantes de que vamos conseguir atingir a meta de produção desses 192 mil protetores faciais", estima a Diretora. Os recursos do TJ serão destinados para a aquisição de viseiras.  Quando finalizados, os EPIs serão repassados à Defesa Civil, que fará a destinação do material.

 

Texto: Janine Souza

Assessora-Coordenadora de Imprensa: Adriana Arend

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