Nota Pública da Frente dos Servidores em defesa do IPE Saúde e da revisão geral da inflação nos salários

A Frente dos Servidores Públicos (FSP), coletivo que reúne cerca de 20 entidades dos servidores públicos do Rio Grande do Sul, entre elas a Associação dos Servidores da Justiça (ASJ), divulgou nota conjunta repudiando a proposta de reestruturação do IPE Saúde apresentada pelo Governo do Estado. 

De acordo com a manifestação, “a principal causa do déficit do IPE Saúde é o arrocho salarial imposto ao funcionalismo, que ultrapassa 60% apenas nos últimos nove anos, o que impactou diretamente as receitas da instituição”.  

A nota destaca ainda que a política de retirada de direitos e precarização dos serviços públicos favorece os interesses do mercado, aumentando os valores das consultas e procedimentos médicos e entregando o sistema de saúde solidário dos servidores públicos à iniciativa privada. 

 

Confira o texto: 

Nota pública da Frente dos Servidores em Defesa do IPE Saúde e da revisão geral da inflação nos salários

 

A Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP) manifesta seu repúdio à reestruturação do IPE Saúde anunciada pelo governo e a necessidade urgente da revisão geral anual nos vencimentos dos servidores estaduais, dado o avanço do empobrecimento das categorias, temas absolutamente conectados.

A FSP afirma que a principal causa do déficit do IPE Saúde é o arrocho salarial imposto ao funcionalismo, que ultrapassa 60% apenas nos últimos nove anos, o que impactou diretamente as receitas da instituição. Nenhum plano de saúde, público ou privado, ficou com sua receita praticamente congelada nesse período.

A política conjugada do arrocho salarial, retirada de direitos dos servidores e a deterioração do IPE Saúde tem uma óbvia conexão, servindo a um claro propósito favorecer os interesses do mercado com o aumento dos valores das consultas e procedimentos à classe médica e a consequente entrega de um sistema de saúde solidário dos servidores públicos a iniciativa privada.

Tal crise, guarda relação direta com a não cobrança dos devedores e a má gestão, que há anos vem sendo deliberadamente alimentada pela lógica neoliberal de estado mínimo, precarização dos serviços públicos e contínua entrega do patrimônio coletivo aos interesses do mercado.

O Estado, há anos, vem de maneira condenável se apropriando receitas oriundas de 214 imóveis do Fundo de Assistência à Saúde (FAS) e dos descontos sobre os precatórios pagos aos servidores quando tais recursos deveriam ser aplicados no IPE Saúde.

Os servidores públicos não aceitarão mais o aprofundamento cenário de perdas salariais, retiradas de direitos e sobretaxação aumento da contribuição dos dependentes e se mobilizarem contra a política de confisco salarial que está por trás desse projeto de reestruturação do IPE Saúde.

O ônus das crises não pode continuar a ser repassado apenas à classe trabalhadora. A luta pela manutenção do IPE Saúde solidário e por nossa dignidade salarial, que vem sendo usurpada ano a ano, significa acima de tudo a defesa e a proteção da sociedade como um todo. Por isso, apelamos a toda sociedade gaúcha para que nos apoie nessa causa.

Porto Alegre, 19 de abril de 2023.

 

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