IPE mostra preocupação com as fraudes investigadas pela Operação Examinação
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- Publicado em Quarta, 19 Abril 2017 22:10
Preocupados com as fraudes milionárias denunciadas pela Operação Examinação, do Ministério Público, o Conselho Deliberativo do Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul (IPE) se reuniu, na tarde desta quarta-feira (19/4), com o diretor de Saúde da instituição, Alexandre Escobar, para discutir os desdobramentos da investigação. O presidente do conselho, Luís Fernando da Silva, e vice-presidente da ASJ, ressalta que, com a repercussão do caso, o IPE demonstrou prezar pela busca da justiça e da verdade. “A diretoria do IPE está muito preocupada com estas questões e, mesmo com a falta de estrutura e de funcionários, está buscando a solução ", avaliou Silva.
A investigação começou em 2016 após o IPE informar ao Ministério Público a respeito de 17.666 exames supostamente fraudados, mas ela só foi desencadeada semana passada. Escobar explica que a operação começou sigilosa porque havia o receio do dono do laboratório eliminar as requisições de exames fornecidas pelos médicos, que poderiam ser usadas como provas, se descobrisse da investigação. A empresa investigada está no mercado desde 1973, mas as supostas fraudes estariam ocorrendo há cinco anos. O diretor de Saúde do IPE explica que a dificuldade de encontrar as fraudes anteriormente estava no fato do aumento de exames prestados não serem significativos de um mês para o outro. “A diferença era consistente, mas gradual, não era brusca”, afirma.
Após o recente caso deflagrado, não é mais possível solicitar exames sem a inserção do cartão magnético do IPE no equipamento. Antes, este procedimento não era necessário para a requisição de exames.
A FRAUDE
A suposta fraude foi descoberta a partir de uma denúncia anônima à Ouvidoria do IPE, com o relato de que a esposa do dono da empresa estaria pedindo para que professoras deixassem o número de identificação e a senha da conta do IPE Saúde. Um dos casos de fraude descobertos pelo IPE durante a investigação, é que, enquanto uma usuária estava internada em Porto Alegre, exames estavam sendo feitos em Soledade no mesmo período. Estima-se que, entre 2012 e 2017, tenham sido pagos indevidamente, apenas a esse laboratório, cerca de R$ 3 milhões.