Governo não consegue votar matérias e servidores comemoram

Passadas as quatro horas limites do último dia da sessão extraordinária convocada pelo governo na Assembleia Legislativa (AL), nenhum dos projetos apresentados pelo governador José Ivo Sartori foram votados. O descontentamento da base foi grande, que acabou culpando a oposição por tentar e conseguir obstruir a convocação. Já a oposição rebateu que não irá levar a culpa pela “incompetência” do governo. 

O presidente da Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ), Paulo Olympio, e o secretário-geral da ASJ, Paulo Chiamenti, acompanharam as manifestações, que reuniram diversas entidades e servidores nas galerias da AL. Para a ASJ, as sessões extraordinárias representaram a vitória do servidor público, que vem lutando incansavelmente contra os ataques do governo. 

A base governista tinha esperança de seguir a pauta votando primeiro o Projeto de Lei Complementar (PLC) 249/2017, e, logo após, os Projetos de Emenda à Constituição (PECs) 266, 267 e 268 de 2017, conforme enviado na convocação. O líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB), chegou a enviar um requerimento para a Casa pedindo que a ordem do governo fosse respeitada, e, também, solicitou que os parlamentares pudessem ir direto para a votação sem a necessidade de discutir. O requerimento acabou sendo aceito pelo presidente da Casa, deputado Edegar Pretto (PT), porém, o parlamentar permitiu que as discussões sobre a matéria fossem efetuadas. O motivo da base ter solicitado a inversão da pauta foi estratégico, para votar a adesão do Estado no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) seriam necessários 28 votos dos 55, já as PECs precisariam de 33 votos, no Plenário.

Agora, a expectativa é o RRF volte à pauta da AL na próxima sessão ordinária, que ocorre na terça-feira (6/2). As PECs que privatizam as Estatais não estão em regime de urgência, por tanto, seguem na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde dezembro do ano passado. 

Embate político

Logo no início da sessão desta quarta-feira (31/1), o líder do governo reclamou da posição do presidente da Casa na última sessão. Segundo Souza, Pretto pecou e presidiu uma sessão “partidária” durante o segundo round da batalha enfrentada entre governo e oposição. Pretto contestou os argumentos de Souza. No último dia de sua gestão, o deputado afirmou que respeita e sempre respeitou o regimento interno da Casa Legislativa. “Seguirei muito firmemente e muito convicto que estamos respeitando a democracia dessa Casa”, concluiu. 

Quando o deputado Tarcísio Zimmermann (PT) subiu à tribuna, os aplausos e vaias foram grandes. O petista rebateu todas as críticas feitas pelos deputados da base governista. “O líder do governo está tentando construir uma narrativa para a incompetência do governo Sartori”, criticou. Já a deputada Juliana Brizola (PDT) contestou as críticas que recebeu após o seu pronunciamento na última sessão. “A verdade é uma só: a iniciativa privada quer sucatear o serviço público para fazer dinheiro no seu próprio bolso”, disparou. 

 

Texto e Foto: Letícia Breda

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