Parlamentar convoca servidor a reagir pelas redes
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- Publicado em Terça, 02 Junho 2020 15:59
Em um período de pandemia em que os servidores que estão em quarentena são alvo de ataques diários do governo federal e da própria sociedade, é hora de reagir. A provocação foi feita pelo deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF) durante live promovida nesta segunda-feira no Facebook da Pública Central do Servidor. Segundo ele, o caminho é aprender a usar as redes sociais e a comunicação digital para divulgar o trabalho de excelência que vem sendo feito e usar de inteligência na argumentação em respostas. “Enquanto estamos concentrados na pandemia, o governo está agindo para enfraquecer o servidor público. Não é hora de brigar, é hora de mostrar serviço, mostrar o teletrabalho, mostrar que o discurso de que servidor não trabalha é mentiroso.”
Segundo o parlamentar, vivemos um momento de muita pressão social sobre os servidores. “Precisamos refutar a tentativa de vilanização do governo federal contra o servidor”, bradou. Batista lembrou que a categoria já deu uma imensa contribuição com a aprovação da reforma da previdência, que ceifou parte de seus direitos ao mesmo tempo em que, segundo ele, pouco se vê outras camadas da população sendo chamadas a colaborar. “O que se vê é injeção de recursos no sistema financeiro, mas quem paga a conta é o servidor. Esse governo tem promovido bullying contra o serviço público”, frisou o parlamentar lembrando que a essa narrativa vem sendo contestada com força por deputados e senadores da oposição no Congresso.
Internamente, o Judiciário do Rio Grande do Sul orientou seus servidores e fazerem post nas redes sociais do home office que vem sendo executado de forma a esclarecer a sociedade sobre o volume de trabalho produzido. O relato foi apresentado pelo diretor administrativo da Pública e presidente da Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ), Paulo Olympio, que integrou o grupo de debatedores ao lado do presidente da Pública, Fespesp e Assetj, José Gozze, do 2º vice-presidente e vice-presidente da Febrafisco e presidente do Sinffazfisco, Hugo René de Souza, e da secretária-geral da Pública Central do Servidor e analista-tributária da Receita Federal do Brasil, Silvia Helena de Alencar Felismino. “Realmente é uma mudança de narrativa. Os servidores fazem a roda girar, com trabalho em casa e plantonistas nos fóruns. O Judiciário é o limite, a porta que ajuda a sociedade no momento mais difícil”, pontuou Olympio.
O presidente da ASJ ainda destacou a força das palavras do parlamentar e disse que elas têm eco entre os servidores gaúchos. Segundo ele, a grande preocupação é quanto ao pós-pandemia. “Estamos vendo que o serviço público faz o que pode para manter o atendimento, apesar da redução de quadro e do trabalho adicional”, argumentou. O presidente da ASJ ainda alertou para que a aferição de desempenho dos servidores – processo necessário e importante para o bom andamento do Poder Judiciário – não se limite aos relatórios. “Precisamos aperfeiçoar e não apenas quantificar a produção porque estamos lidando com seres humanos, não robôs”.
Durante sua manifestação, Silvia Felismino argumentou que momento é delicado e que as pessoas não “abriram totalmente seus olhos”. No entanto, ressaltou a valorização dos profissionais da área da saúde e do SUS como um avanço. “As pessoas então entendendo melhor a importância do SUS. A questão é que estamos enfrentando a mesma tormenta, mas não estamos todos no mesmo barco. Alguns estão na praia, no rancho”, disse, expondo a desigualdade da sociedade brasileira.
Batista concluiu sua participação no debate reforçando a importância do servidor. “Os políticos passam, os servidores garantem a memória do Estado. Servidor sem estabilidade é servidor fraco”, frisou manifestando-se abertamente contra o governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, há sustentação para o impeachment do presidente, que, ao seu ver, coloca o país em uma situação crítica de crise quanto ao enfrentamento da pandemia de Covid 19 e ataca a imprensa, um pilar essência do estado democrático de direito.