Após governo sinalizar reajuste a servidores, STF debate aumento para Judiciário



Assim que o governo formalizar a concessão de um reajuste de 5% para servidores do Executivo, o STF deve realizar uma sessão administrativa para debater se encaminha ao Congresso um projeto que propõe recomposição salarial de funcionários públicos do Judiciário,  diz a Crusoé.

“O percentual do eventual aumento será avaliado durante a discussão em plenário. No entanto, a cúpula da Suprema Corte já manifestou, nos bastidores, que o reajuste tem de ser linear — ou seja, a recomposição precisa estar no mesmo patamar da que foi garantida a funcionários do Executivo.

‘Não dá para um servidor ser mais beneficiado que outro’, comenta um interlocutor do STF. Um eventual reajuste para servidores do Judiciário, frisam integrantes da Suprema Corte, não resultaria em aumento também nos salários dos ministros, tampouco de juízes e procuradores. A recomposição salarial dessas categorias faz parte de uma discussão à parte.”

Texto: O Antagonista
Foto: Nelson Jr/SCO/STF

STF mantém lei que proíbe reajuste para servidores até dezembro

Por unanimidade, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional toda a Lei Complementar 173/2020 que, no contexto da pandemia, ficou conhecida como Lei de Socorro aos Estados, incluindo o trecho que proíbe o reajuste no salário de servidores federais, estaduais e municipais até 31 de dezembro de 2021.

O assunto foi julgado na sessão que se encerrou na noite de sexta-feira (12/4) do plenário virtual. Nessa modalidade de julgamento, os ministros têm uma janela de tempo para votar somente por escrito, sem debate oral.

O congelamento de salários era questionado no Supremo em três ações diretas de inconstitucionalidade (ADI), abertas por PT, PDT e Podemos, todas relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes. A medida foi prevista na lei como forma de compensar os gastos públicos extras com a pandemia de covid-19.

Para os partidos, no entanto, ao congelar os salários de todos os servidores do país, os artigos 7º e 8º da LC 173/2020 violaram alguns princípios constitucionais, como o de autonomia administrativa dos entes federativos e o de irredutibilidade salarial, bem como prejudicaram a eficiência dos serviços públicos.  

Moraes, contudo, entendeu que nenhum dos argumentos se sustentam. Em seu voto, o relator considerou que a legislação está inteiramente de acordo com a Constituição. Ele negou, por exemplo, que haja violação à irredutibilidade salarial dos servidores públicos.

“No caso, verifica-se que não houve uma redução do valor da remuneração dos servidores públicos, uma vez que apenas proibiu-se, temporariamente, o aumento de despesas com pessoal para possibilitar que os entes federados enfrentem as crises decorrentes da pandemia de Covid-19, buscando sempre a manutenção do equilíbrio fiscal”, escreveu o ministro.

Ele destacou que o objetivo da lei foi evitar a irresponsabilidade fiscal, sobretudo de estados e municípios, que ao receber verbas extras da União para o combate à pandemia, ficam assim impedidos de tomar medidas populistas, usando os recursos para “fazer cortesia com chapéu alheio”.

“A situação fiscal vivenciada pelos Estados e Municípios brasileiros, sobretudo nessa conjuntura de pandemia, demanda uma maior atenção em relação aos gastos públicos e, no particular, ao gasto com o funcionalismo público”, acrescentou Moraes, que foi acompanhado por todos os outros dez ministros do Supremo.

Uma quarta ADI contra outro trecho da LC 173/2020, que impunha condições para a suspensão no pagamento da dívida de estados com a União, também foi rejeitada por unanimidade.

Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Seleção de estagiários do nível superior para o Poder Judiciário está aberta

O edital que abre processo seletivo do Poder Judiciário para contratação de estagiários entre estudantes do Ensino Superior foi publicado nesta terça-feira (19/4).

O documento contendo o cronograma, diretrizes e orientações aos interessados estará disponível no portal do TJRS, através do link https://www.tjrs.jus.br/novo/institucional/concursos-e-processos-seletivos/estagios.

Já estão definidas as datas do período para inscrições, de 25 a 29/4, e a da realização da prova on-line, prevista para o dia 12/5.

A seleção é destinada à formação de cadastro de reserva para o preenchimento de vagas em Porto Alegre, tanto na Comarca (Foro Central e Regionais) como nas unidades do Tribunal de Justiça (2º Grau de jurisdição).

Texto: Márcio Daudt
Foto: Zolnierek/ Istock

Governador recebe representantes de entidades do funcionalismo para tratar sobre reajuste salarial

O governador Ranolfo Vieira Júnior se reuniu, na manhã desta quarta-feira (20/4), no Centro Administrativo do Estado, na capital, com representantes de categorias de servidores públicos para detalhar o projeto de lei que trata da revisão geral salarial do funcionalismo e ouvir encaminhamentos sugeridos pelos presentes. Desde o início do mês, o governador realiza encontros com líderes de diferentes entidades do serviço público estadual para tratar sobre o tema.

O Executivo encaminhou à Assembleia Legislativa projeto para corrigir o salário do funcionalismo em 6%, levando em consideração as limitações da legislação eleitoral e de responsabilidade fiscal.

O governador destacou a importância de manter a disciplina fiscal nas contas do Estado. “Estamos nos reunindo com as categorias e ouvindo as reivindicações, que são legítimas. Vamos primar pela transparência, e diálogo não vai faltar. Estou me reunindo com as categorias, que também estão sendo recebidas individualmente pela Casa Civil. Mas não posso ser irresponsável e propor algo que não caiba na legislação e nem no orçamento”, disse Ranolfo.

O procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, falou sobre o impedimento de uma proposta maior de reajuste em função da legislação eleitoral. “Estados e União estão em ano eleitoral. Pela legislação eleitoral, a revisão geral de salários é permitida, mas fica limitada à inflação projetada para o ano. É um limitador instransponível e qualquer proposta acima dessa projeção seria ilegal”, explicou.

Participaram da reunião representantes do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), Sindicato dos Servidores de Nível Superior (Sintergs), União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública (União Gaúcha), Sindicato dos Servidores da Procuradoria-Geral do Estado (SindisPGE), Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual (Sindicaixa), Sindicato dos Servidores Públicos Estado (Sindsepe), Sindicato dos Técnicos Tributários da Receita Estadual (Afocefe), Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado (Sinapers), Associação dos Técnicos Administrativos (Astap), Associação dos Servidores do Quadro dos Técnico-científicos do Estado (Asters) e da Associação dos Analistas de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado (Aapog-RS).

Texto: Thamíris Mondin
Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

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